Maringá é a cidade do interior do Paraná com o melhor índice de
desenvolvimento humano (IDH). É o que aponta o Atlas de Desenvolvimento
Humano do Brasil, organizado pelo Programa nas Nações Unidas para
Desenvolvimento (Pnud) - e cuja versão 2010 foi divulgada nesta
segunda-feira (29). De acordo com o levantamento, Maringá obteve um
nível considerado “muito alto”, com nota 0,808, o sétimo melhor índice
da região Sul e o 23º do Brasil.
Para estar nessa categoria, é preciso que as cidades tenham índices
superiores a 0,800. Em todo país, apenas 44 municípios possuem essa
classificação, a maior parte nos estados de São Paulo e Santa Catarina.
No Paraná, além de Maringá, apenas Curitiba (0,823) atingiu esse
resultado.
As médias são baseadas nos dados do censo demográfico do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com algumas alterações em
relação aos levantamentos anteriores, feitos com base nos censos de 1991
e 2000.
Para compor o IDH-M, são analisados os índices de longevidade, educação e renda.
Apesar de contar com apenas duas cidades com alto índice de
desenvolvimento, o resultado do estado é positivo, no geral. O Paraná
tem 236 municípios com índices entre 0,700 e 0,799, considerado alto
desenvolvimento, o que significa que 59,15% das cidades estão nessa
faixa. Há ainda 157 municípios com médio desenvolvimento (entre 0,600 e
0,699) e apenas quatro com baixo desenvolvimento (0,500 a 0,599).
Renda
O índice que mede a renda em Maringá ficou em 0,806, o maior do
interior. Um dos pontos avaliados foi a renda per capta média que entre
2000 e 2010 subiu de R$ 916,87 para R$ 1.202,63. Em 1991, o ganho médio
por pessoa era o equivalente a 635,43.
De acordo com o economista e pesquisador da Associação Comercial e
Empresarial de Maringá (Acim), Joílson Dias, a atividade econômica está
crescendo, em média, 9% ao ano desde 2000. Para Dias, essa elevação
passa pela formação de grandes setores de serviços, como educação, saúde
e apoio à atividade econômica.
“Não é mais a agricultura ou a indústria que puxam a economia. O setor
de serviços vem crescendo muito e sendo cada vez mais demandado, além
de produzir trabalhadores altamente especializados.”
Saúde
No que diz respeito à longevidade dos moradores, Maringá também
obteve avanços. Em 1991, a esperança de vida ao nascer era de 68,4 anos.
Esse número passou para 73,1 em 2000 e alcançou os 76,1 anos em 2010.
Na opinião do secretário da Saúde, Antônio Carlos Nardi, o aumento da
expectativa de vida em Maringá segue um padrão nacional. “As pessoas
estão se cuidando mais e houve uma melhoria na oferta de serviços
públicos não só em Maringá”, explicou.
No entanto, Nardi ressaltou que o resultado obtido pelo Município
acompanha as ações intersetoriais adotadas pela Prefeitura. Entre as
ações destacadas está a oferta de serviços de saúde para idosos; a
criação das Academias da Terceira Idade (ATIs); o acompanhamento
permanente dos grupos de hipertensos e diabéticos e os trabalhos de
culinária saudável junto às associações de bairro, escolas e comunidades
religiosas.
“Existe uma série de ações de várias secretarias que permitiram um
avanço extremamente considerável”, ressaltou o secretário da Saúde.
Educação
O menor valor entre os subíndices que fazem parte do IDH-M foi
atribuído à educação, que ainda é considerado alto, com 0,768. Em 2000,
esse índice foi de 0,663, e em 1991, de 0,441. Um dos fatores desse
resultado foi o aumento da frequência escolar da população jovem. No
início da década de 1990, por exemplo, apenas 51,1% das crianças de 5 e 6
anos estavam frequentando a escola. Esta quantidade subiu para 78,6% na
década passada e chegou aos 96,4% em 2010.
Já o índice de jovens entre 18 e 20 anos com Ensino Médio completo
subiu de 48,3% em 2000 para 63,8%. A única queda ocorreu no percentual
da população de 15 a 17 anos que concluiu o Ensino Fundamental completo.
O índice, que era de 73,9% em 2000, caiu para 71,4% em 2010.
“Assumimos a Prefeitura com as escolas municipais apresentando um Ideb
(Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) em 4,5, e avançamos para
6,0”, lembrou o prefeito Carlos Roberto Pupin, em entrevista aos site
da Prefeitura.